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Brasileira relata que ficou 'presa' no Nepal após protestos fecharem ruas: 'Não conseguimos voltar ao hotel'

Brasileira em viagem diz estar 'presa' em cidade do Nepal após ruas fechadas com protestos Uma brasileira que viaja a turismo pelo Nepal desde a última sexta-...

Brasileira relata que ficou 'presa' no Nepal após protestos fecharem ruas: 'Não conseguimos voltar ao hotel'
Brasileira relata que ficou 'presa' no Nepal após protestos fecharem ruas: 'Não conseguimos voltar ao hotel' (Foto: Reprodução)

Brasileira em viagem diz estar 'presa' em cidade do Nepal após ruas fechadas com protestos Uma brasileira que viaja a turismo pelo Nepal desde a última sexta-feira (5) contou ao g1 que não conseguiu sair de Bhaktapur, cidade vizinha à capital, Catmandu, após ruas e estradas da cidade serem fechadas por manifestantes. Os protestos no Nepal começaram na segunda-feira (8) com confrontos entre a polícia e manifestantes na capital. Pelo menos 19 morreram depois que autoridades abriram fogo contra uma multidão de jovens que protestavam em frente ao Parlamento. Depois, manifestantes invadiram o complexo do Parlamento e atearam fogo na sede do legislativo e em casas de ministros. O grupo também invadiu a casa da ministra das Relações Exteriores do país, Arzu Rana Deuba. O primeiro-ministro KP Sharma Oli renunciou ao cargo. "Eu cheguei ao Nepal dia 5, e o grupo chegou dia 7. Vimos muito protestos e está um caos. Na terça (9), fomos fazer um passeio em Bhaktapur e não conseguimos voltar mais para o nosso hotel, em Catmandu, que fica próximo. Ficamos 'presas' na cidade. Estradas e ruas fechadas. Incêndios. Fomos para outro hotel para dormir porque não tínhamos como pegar a estrada. Durante a manhã que conseguimos sair", afirmou Renata Bortolotti, que está naquele país com um grupo de sete mulheres. Ela é de São Paulo e ganhou destaque nas redes sociais com o perfil @renata_bortolotti após adotar o estilo de vida de nômade digital. Em 2019, iniciou um período sabático no Sudeste Asiático e, desde então, sua forma de viver em constante movimento foi se transformando. Ela também organiza grupos para viagens entre mulheres, como ocorreu com esta ao Nepal. "Temos um voo para o Butão nesta quarta-feira (10), mas o aeroporto está fechado. O voo foi remanejado para um horário mais tarde. Estamos rezando para conseguir ir para o Butão", enfatizou Renata. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o governo brasileiro acompanha, com preocupação, a grave situação relacionada aos recentes distúrbios sociais no Nepal, que já causou mais de 20 mortes e deixou centenas de feridos, em sua maioria jovens. "O governo brasileiro apela a todas as forças políticas do Nepal para que busquem a via do diálogo pacífico e inclusivo, com vistas à manutenção da ordem constitucional e democrática. A Embaixada do Brasil em Katmandu acompanha os desenvolvimentos da crise. Até o momento, não há registro de brasileiros afetados. O governo brasileiro desaconselha, neste momento, viagens não essenciais ao país", diz o Ministério. Brasileira em viagem diz estar 'presa' em cidade do Nepal após ruas serem fechadas com protestos Renata Bortolotti Estopim dos protestos Manifestantes colocam fogo no principal edifício administrativo do governo do Nepal, em Katmandu Anup Ojha / AFP Segundo a TV estatal nepalesa, as manifestações no Nepal são contra um bloqueio das redes sociais, como Facebook e Instagram, imposto na semana passada e por acusações de corrupção contra o governo. O slogan dos protestos é: “Bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”. Nepal em chamas: manifestantes incendeiam prédios do governo e casas de ministros Primeiro-ministro do Nepal renuncia em meio a protestos contra o governo O governo justificou o bloqueio dizendo que as plataformas não colaboraram com a Justiça do país para combater usuários que, usando identidades falsas, estavam espalhando discurso de ódio e notícias falsas, cometendo fraudes e outros crimes. Escalada da violência mesmo após renúncia Manifestantes invadem e incendeiam complexo do Parlamento do Nepal durante protesto generalizado contra o governo em Catmandu 9 de setembro de 2025. REUTERS/Adnan Abidi Pressionado pela intensa revolta popular, o primeiro-ministro, KP Sharma Oli, renunciou ao cargo nesta terça-feira (9). Oli afirmou que a renúncia busca “dar novos passos em direção a uma solução política”. A decisão, no entanto, não foi suficiente para acalmar os ânimos e o Parlamento foi invadido e incendiado por manifestantes. Casas de autoridades do país, incluindo a do atual premiê, também foram atacadas e queimadas. Dois aeroportos foram danificados, assim como os hotéis Hilton e Varnabas. O aeroporto de Kathmandu, principal porta de entrada internacional do Nepal , foi fechado devido à fumaça dos incêndios provocados pelos manifestantes. Civis foram fotografados portando rifles de assalto pelas ruas da capital. Ambulâncias e veículos de segurança foram atacados por manifestantes. Medidas tomadas pelo governo Primeiro-ministro renuncia no Nepal, após protestos O Exército do Nepal emitiu um comunicado afirmando que iria assumir a responsabilidade pela lei e pela ordem no país a partir das 22h do horário local - 13h de Brasília. Autoridades apelaram aos cidadãos para que parem com todos os atos de incêndio criminoso e saques. O Ministério da Saúde do Nepal incentivou a população a doar sangue em hospitais locais e no banco de sangue central do país. Um toque de recolher foi imposto em áreas estratégicas da capital, incluindo o gabinete do premiê e a casa do presidente, desde esta segunda-feira. Manifestantes comemoram com bandeira do Nepal após entrar em complexo do Parlamento nepalês durante protesto contra o governo em 9 de setembro de 2025. REUTERS/Adnan Abidi Ministra do Nepal e marido são agredidos após ter casa invadida por manifestantes