Premiê do Catar diz que responderá ataque de Israel: 'Estamos enfurecidos'
Israel ataca chefes do Hamas em Doha, no Catar O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, afirmou nesta quarta-feira (10) que o paí...

Israel ataca chefes do Hamas em Doha, no Catar O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, afirmou nesta quarta-feira (10) que o país responderá ao ataque de Israel contra Doha. Segundo ele, a ação está sendo discutida com aliados. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Na terça-feira (9), Israel anunciou ter bombardeado alvos do grupo Hamas na capital do Catar. A ofensiva foi criticada pela comunidade internacional, e a ONU classificou o ataque como uma violação de soberania. Em entrevista à rede americana CNN, Al-Thani disse que pretende se reunir em breve com líderes do Oriente Médio para definir a resposta a Israel. Ele não informou prazos nem detalhes sobre a medida. “Não tenho palavras para expressar o quanto estamos enfurecidos com tal ação… isso é terrorismo de Estado”, declarou. O premiê também classificou o ataque como uma traição e fez críticas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Segundo ele, o líder israelense está “conduzindo o Oriente Médio ao caos” e “desperdiçando o tempo do Catar” ao se engajar em negociações de mediação. O Catar atua como mediador nas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que incluem a libertação de reféns mantidos pelo Hamas. Al-Thani relatou que, na manhã do ataque, estava reunido com familiares de um dos sequestrados. “Acho que o que Netanyahu fez ontem simplesmente matou qualquer esperança para esses reféns.” O primeiro-ministro também disse que oficiais catarianos ficaram feridos no bombardeio israelense e que alguns estão em estado crítico. Para ele, o ataque não ameaça apenas o Catar, mas coloca toda a região em risco. Nos últimos anos, o Catar tem buscado se firmar como mediador no Golfo Pérsico entre o Ocidente e países árabes, em disputa direta com a Arábia Saudita. Além de sediar rodadas de negociação, o país também recebe membros da alta cúpula do Hamas. O ex-líder do grupo Ismail Haniyeh, por exemplo, vivia em Doha até ser morto por Israel durante uma viagem ao Irã. Al-Thani negou que o país abrigue o terrorismo e ressaltou que os encontros com representantes do Hamas para discutir um cessar-fogo em Gaza são de conhecimento público. O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, em 9 de setembro de 2025 Karim Jaafar/AFP O ataque Israel afirmou ter conduzido um ataque aéreo para tentar matar líderes políticos do Hamas que estão no Catar. A ação foi realizada pelo Shin Bet, a agência de inteligência israelense, em parceria com a Força Aérea. O Hamas informou que cinco integrantes do grupo morreram no bombardeio, entre eles o filho do chefe exilado em Gaza e principal negociador, Khalil al-Hayya. Segundo o grupo terrorista, os líderes de alto escalão sobreviveram. O ataque desencadeou uma série de movimentos diplomáticos. Lideranças árabes resolveram viajar para o Catar entre esta quarta-feira e quinta-feira (11) como demonstração de solidariedade. Na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que o bloco vai propor sanções contra ministros israelenses considerados extremistas, além da suspensão de medidas comerciais presentes em um acordo com Israel. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o ataque foi uma decisão unilateral de Israel. Ele afirmou ter orientado seu enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff, a avisar o Catar com antecedência. O governo catariano, no entanto, negou ter recebido qualquer alerta. Após a operação, o embaixador de Israel nos Estados Unidos, Yechiel Leiter, disse que, se os líderes do Hamas não foram mortos no ataque a Doha, isso acontecerá em uma próxima tentativa. “Podemos estar recebendo algumas críticas agora. Elas vão passar. E Israel está mudando para melhor”, afirmou à Fox News. VÍDEOS: mais assistidos do g1